20 de Janeiro de 2017. Hoje completo meu ciclo de um ano e nove meses como Au Pair, encerro meus serviços como babá e estudante nos Estados Unidos.
Tenho a sensação de que estou aqui há muito mais do que quase dois anos, o sentimento é de que vivi neste lugar por pelo menos 10 ou 15 anos. Mas por que isso? Por que me desgastei trabalhando de nanny? Não só me desgastei mas foram muitas as emoções vividas. Há quem ainda pense: a Gessica com diploma na faculdade, foi pra lá ser babá, que grande besteira, quer erro!
Erro seria se eu não tivesse feito as minhas malas e entrado de cabeça nessa oportunidade grandiosa que a vida me proporcionou. Foi aqui que passei os momentos mais difíceis da minha vida, onde aprendi a dar um valor muito maior para a familia, que antes já merecia a minha atenção e carinho mas que depois de tudo, merece ainda mais.
Foi ouvindo a frase ‘Ser babá nos EUA? Vc é louca!’ que entendi mais uma vez que todas as coisas que almejamos fazer e realizar em nossas vidas, não depende de ninguém além de nós mesmos. A dúvida de terceiros sobre os meus planos no decorrer da minha vida nunca me atrapalhou e nunca me fez desistir do que eu quis, pois se eu sonho com algo é porque sou capaz de realizar. E na minha perspectiva, foi na dúvida das pessoas que me apoiei e isso serviu de degrau para a longa escadaria que subi nesses últimos dois anos morando fora.
Longe da minha área de conforto, da minha cultura e da minha lingua. Longe de meus entes queridos, dos meus amigos e meus cachorros. Longe do meu querido e útil carro! Fora da minha caixa, estourei a bolha brasileira e vim respirar aqui fora! Ah como foi bom, sentir a liberdade do vento do alto do Top of the Rock batendo no meu rosto e pensar ali naquele momento, que eu estava mais uma vez pronta para a aventura e a descoberta de um novo mundo. A adrenalina do medo e do escuro é que me diverte, é o novo que me move e que me faz querer ir em frente com minha vida e meus sonhos!

E com essa formiga que mora dentro de mim, que não me deixa ficar parada na mesmice, cheguei em Seattle. Cidade que não sabia muito além de ser a cidade de Greys Anatomy e a cidade que fica perto de Forks – o vilarejo dos vampiros de Crepúsculo! E foi aqui, neste lugar que não conhecia e que me desconhecia, que passei a viver e trabalhar para a familia mais divertida, bagunçada, atrapalhada e amorosa de North Seattle! Ah como tirei sorte grande em cair nessa familia que me acolheu de braços abertos e que me tratou como membro desde o meu primeiro dia aqui! Eles me ensinaram tanto que não existem palavras para expressar minha gratidão. Com eles, o enriquecimento do meu ingles foi só um detalhe na bagagem de experiências, paciência, amor, dedicação e união foram outras das coisas que pude colocar na minha mala.
De 2015, que foi quando cheguei, à 2016, posso dizer que passei pela transição de maior impacto na minha vida. 2016 foi cheio de altos e baixos, uma montanha russa de emoções do começo ao fim. Quando me sentia melhorando emocionalmente e mentalmente, a vida vinha e me dava uma rasteira, e uma pior que a outra, que me fez chegar ao fundo do poço e no final me reerguer de maneira que não achei que fosse possível. No meio de todo esse turbilhão de emoções, meu trabalho não podia parar e minha atenção tinha de ser redobrada com a minha menina – Helen – que com apenas 9 anos de idade, se preocupava comigo e me alegrava nos dia em que ela sentia que eu não estava bem. Graças a Deus e a mim mesma, desvio algum ocorreu na minha performance como babá da minha host family, mas foram dias escuros que passei neste último ano.

Mas de repente tudo melhorou, e as coisas boas começaram a acontecer de novo, muitas novidades e alegrias bateram à minha porta e eu as deixei entrar com prazer. Altas gargalhadas de doer a barriga me tiraram da toca e pude ver o sol brilhar e esquentar meu rosto mais uma vez.
Tiro disso tudo, de todos esses altos e baixos, o meu amadurecimento e construção de caráter, personalidade e mente aberta.
Então para àquelas frases sem sentido como, ‘vai lá ser au pair, vai ser empregadinha dos outros’, um muito obrigada por terem sido ditas, entraram por um ouvido e saíram por outro!
Hoje, meu intercâmbio acaba, mas as lembranças de uma família Golden permaneceram na lembrança e no coração para todo o sempre. Obrigada aos meus host parents, aos três filhos mais velhos e a menina Helen, que cresceu comigo e que cresci com ela. E claro, obrigada Harper, the best dog in the world, por me alegrar e me fazer companhia em todas as horas! I will miss you all!
Obrigada a todas as pessoas que conheci neste caminho de intercambista, todos vocês significam algo para mim e fazem parte da minha história. Um muito obrigada e um abraço apertado para todas as amizades que conquistei, vocês estão no meu coração!
Obrigada também a minha familia e amigos no Brasil que me apoiaram e fizeram vários skypes ao longo do caminho!
E um muito obrigada à cidade maravilhosa de Seattle, que me conquistou profundamente e pela qual sentirei saudades pelo resto da eternidade!
Finalmente posso dizer, missão dada é missa cumprida parceiro!
Espero que tenham gostado de me acompanhar até aqui, e que venham muitas outras histórias pela frente, e Brasil… – pátria querida – me aguarde, estou chegando.
˜xoxo˜
Parabéns! !!
Sabia que vc Iria longe!!!
Vc Merece!!!
Bem Vinda Amore!!!
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Obrigada Maria Elisa! Saudades :*
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